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Automação e Futuro do Trabalho: 3 movimentos que vão redefinir empresas e sociedade

Consultora destaca os principais desafios e oportunidades que surgem com o avanço da inteligência artificial e da automação e como colocar o ser humano no centro da transformação

A automação e a inteligência artificial vêm transformando rapidamente o mundo do trabalho, remodelando funções, rotinas e a própria estrutura organizacional. O que era antes considerado futuro já é presente: tarefas repetitivas e operacionais estão desaparecendo em ritmo acelerado, e isso exige uma nova visão sobre como e onde colocamos as pessoas em organizações.

Dados recentes reforçam essa transformação: segundo o PwC 2025 Global AI Jobs Barometer, profissionais com habilidades em IA receberam, em 2024, em média 56% a mais de salário do que colegas em ocupações semelhantes sem essas competências e, contrariando o temor de perda generalizada de emprego, o estudo aponta que o número de vagas cresceu mesmo em ocupações consideradas altamente expostas à automação.

Para a consultora de estratégia e posicionamento em sustentabilidade, Bruna Sabóia, esse contexto exige atenção imediata de empresas e sociedade. "A tecnologia pode ser rápida, mas quem dá direção somos nós. Quanto mais a automação avança, mais precisamos investir no humano, em criatividade, pensamento crítico, cuidado e liderança. É isso que garante uma transição justa e um futuro sustentável", analisa.

A seguir, ela evidencia movimentos-chave que já estão transformando as organizações e que devem ganhar força em 2026:

1. Inclusão produtiva e qualificação contínua

"A automação afeta com muito mais intensidade quem está na base da pirâmide, onde as tarefas repetitivas se concentram. Sem acesso à educação tecnológica e qualificação, o risco de desigualdade aumenta rapidamente. Por isso, formar pessoas em habilidades criativas, analíticas e relacionais, que a IA não substitui, deve ser prioridade empresarial. O conceito de 'human in the loop' reforça isso: a automação executa, mas quem orienta, valida e decide é o humano. Investir em desenvolvimento contínuo não é benefício: é estratégia de sobrevivência", afirma Bruna Sabóia.

2. Cultura, propósito e responsabilidade social no centro da estratégia

"Empresas precisam revisitar seu propósito para acompanhar as novas demandas do mercado. A tecnologia não deve substituir pessoas sem criar caminhos para inclusão e crescimento. A cultura organizacional precisa estimular autonomia, aprendizado, diversidade e bem-estar. A responsabilidade social, especialmente no uso da IA, deve deixar de ser um apêndice e passar a direcionar decisões corporativas. A combinação de inovação tecnológica com cuidado humano aumenta competitividade e relevância na Nova Economia", diz a consultora.

3. Modelos regenerativos e foco em bem-estar

"Quando rotinas operacionais são automatizadas, o trabalho humano pode se concentrar no que realmente transforma: colaboração, liderança, cuidado, inovação e criatividade. Isso abre espaço para modelos que fortalecem comunidades, ecossistemas e relações. A automação deve servir para ampliar capacidades humanas, não para desumanizar processos. Negócios que cuidam das pessoas e promovem impacto socioambiental constroem futuros mais equilibrados e sustentáveis", enfatiza.

Para Bruna Sabóia, o caminho está claro: "O futuro do trabalho não será definido pelas máquinas, e sim pela nossa capacidade de usá-las para expandir a inteligência humana, ética, empática e regenerativa. O desafio é garantir que ninguém fique para trás", conclui.

Sobre Bruna Sabóia

Consultora de Estratégia e Posicionamento de Sustentabilidade, com mais de 13 anos de experiência em empresas de grande porte e capital aberto. Formada em Administração, com pós-graduação em Comunicação Integrada, MBA em Management e especialização em Gestão da Sustentabilidade Corporativa, faz parte do programa Columbia Women's Leadership Network In Brazil e é coautora do livro "Mulheres ESG" (2023).