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voltarGoverno acelera medidas para aquecer consumo
Queda abrupta da indústria surpreende. Programa prevê troca de geladeiras, além de ajuda a infraestrutura e construção
Mônica Tavares e Eliane Oliveira
A queda de 12,4% da produção industrial em dezembro de 2008 foi mais forte do  que o governo esperava. Diante desse cenário, a ordem do presidente Luiz Inácio  Lula da Silva é acelerar as discussões para o lançamento de medidas destinadas  ao aumento do consumo. Nos próximos dias, sairá do papel um programa cujo  objetivo é retirar de circulação milhares de geladeiras velhas. É uma medida com  dois focos: a redução do consumo de energia e o incentivo à venda de produtos  novos, beneficiando assim a indústria. 
Pelo programa, haverá uma troca  de geladeiras. A loja responsável pela entrega da nova geladeira ao consumidor  ficará encarregada de levar a velha para um ponto de reciclagem. A diferença  seria financiada a juros menores. Além disso, está sobre a mesa a diminuição do  Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente sobre esses  eletrodomésticos. Estima-se que cada geladeira nova deva custar em torno de  R$500. 
Política industrial incluirá setor de  eletroeletrônicos 
O assunto será tratado hoje em reunião, no  fim do dia, entre representantes de vários órgãos do governo. Estão na agenda  Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Inmetro, Casa Civil, BNDES e  ministérios do Desenvolvimento e de Minas e Energia. 
Segundo o  presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos  (Eletros), Lourival Kiçula, até setembro de 2008 a produção de geladeiras estava  crescendo 10%. No entanto, com a crise, estima-se que a taxa de crescimento  tenha caído para algo entre 4% e 7% ano, em relação a 2007. 
- A produção  em 2009 de refrigeradores deverá ter um comportamento equivalente ao do ano  passado - disse Kiçula, afirmando não ter detalhes sobre o programa. 
Ele  foi recebido ontem pelo ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, para tratar  da inserção de todo o setor na política industrial. Defendeu a necessidade de se  criar oportunidades de exportação. 
Ainda para estimular a indústria  brasileira e, com isso, evitar que a economia do país tenha um crescimento  próximo de zero, outras medidas estão em andamento. Como, por exemplo, a  inclusão de novas obras no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), tendo  como alvo a infraestrutura, e um pacote de incentivos à construção civil, a ser  anunciado dentro de dez dias. 
De acordo com uma graduada fonte da equipe  econômica, os números da produção industrial, divulgados ontem pelo IBGE,  "vieram, em linhas gerais, não distantes dos indicadores desagregados", com  destaque para aço, petróleo e automóveis, que apresentaram queda em seu  desempenho. A redução dos estoques é um dos grandes motivos de preocupação do  governo. 
- O aperto de liquidez em escala global no último trimestre  pegou as empresas com estoques indesejados - avaliou essa fonte. 
Os  dados do IBGE, porém, ainda não são suficientes para se traçar uma linha de  raciocínio em torno do que pode ocorrer na próxima reunião do Comitê de Política  Monetária (Copom), em março. O Banco Central vai aguardar os números de janeiro  e fevereiro.