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voltarEspecialistas pedem cautela em negociações
"Temos de considerar que alguns setores enfrentam dificuldades, mas iniciativas de flexibilização devem ser consideradas para cada empresa. Um acordo geral não faz sentido"
Especialistas e lideranças sindicais defendem que as negociações de  flexibilização neste momento devem ser feitas com "cautela" e analisadas de  forma individual -ou seja, para cada empresa, há uma situação.
"Temos de  considerar que alguns setores enfrentam dificuldades, mas iniciativas de  flexibilização devem ser consideradas para cada empresa. Um acordo geral não faz  sentido", diz o professor do Instituto de Economia da Unicamp (Universidade  Estadual de Campinas) Cláudio Dedecca.
Para Dedecca, outro ponto que deve ser  observado é a participação dos sindicatos e do Ministério Público do Trabalho  nas negociações. "É preciso cautela para que haja critérios para esses acordos,  sob o risco de desacreditar todo o instrumento de negociação."
A professora  da disciplina processo do trabalho da PUC-Campinas, Lúcia Avary de Campos,  também defendeu a necessidade de haver acordos em certos casos, principalmente  no setor de metalurgia.
Segundo a professora, a Constituição prevê que as  flexibilizações de jornada e de salário só podem ocorrer com o aval do  sindicato.
"A flexibilização pode ocorrer desde que haja contrapartidas aos  trabalhadores, como um período de estabilidade no emprego."
O  secretário-geral da CUT, Adi dos Santos Lima, diz que a central é contra  diminuir jornada e salários, mas deixou livre seus sindicatos para fazerem a  avaliação com os trabalhadores.
Para o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos  de Campinas e Região (que não é ligado a centrais sindicais), Eliezer Mariano da  Cunha, os dirigentes sindicais não devem aceitar redução de jornada de trabalho  nem salarial. "Os sindicatos têm de resistir a essas pressões do capital",  afirmou.
Para o vice-presidente da Federação dos Metalúrgicos do Estado,  ligado à Força Sindical, Francisco Gabriel Sales, os acordos representam redução  de demissões no setor.